Chima Ideias: A importância da FAMURS para o estado
No mês de agosto realizamos a nossa primeira live, do programa Chima Ideias, com a presença do Maneco Hassen, Presidente da FAMURS (Federação das Associações dos Muncipios do Rio Grande do Sul) e Prefeito de Taquari/RS.
Eu sempre digo que eu tento sair da política, mas a política vem comigo. Nunca diretamente com a política, mas sempre em contato com pessoas que trabalham com a comunidade. E muitas pessoas me perguntam: “Mas o que exatamente um político faz? As entidades não servem pra nada. Empresário só paga imposto.” Como eu consigo, muitas vezes, ter acesso a algumas entidades, resolvi começar a trazer grandes líderes e mostrar o trabalho deles. Por isso, hoje vamos apresentar um pouco do trabalho do Maneco e da FAMURS.
São temas que a população precisa ter conhecimento, inclusive para compreender qual a função exata de cada ente político, entidade, para assim fazer o seu julgamento e qualificar cada vez mais as suas escolhas. Existe uma criminalização da política. Mas não percebemos que o nosso dia a dia está vinculado a política. Tudo na nossa vida passa pela política. E por mais que ela tenha erros e problemas, também tem muitos acertos, muitas pessoas boas e muitas soluções inovadoras importantes que são construídas dentro da política. Não precisamos criminalizar a política, precisamos criminalizar as pessoas que cometem os erros. A instituição deve ser preservada, inclusive para fortalecer cada vez mais a democracia e a busca de soluções. Precisamos falar sobre as funções do político, do vereador, do prefeito, do deputado, do governador, das entidades de classe, das associações. Isso é importante para que as pessoas possam construir a sua opinião com informações mais qualificadas.
A FAMURS é uma entidade que congrega os 497 municípios do Rio Grande do Sul (RS) e as suas 27 associações regionais. A FAMURS dividiu o RS em 27 associações, conforme cada região. Essas 27 associações compõem a Assembleia Geral da FAMURS, que é a representação de todos os prefeitos e vice-prefeitos do RS. Ela tem um papel fundamental no diálogo institucional do nosso estado, com o Governo do estado, com a Assembleia Legislativa, com o Ministério Público, com o Tribunal de Contas, com o Tribunal de Justiça, enfim, com as instituições em geral. Sempre na busca da defesa dos municípios. Defendendo os municípios, está defendendo a cada cidadão e cidadã, que vive no município.
A entidade tem 44 anos de história e já passou por momentos importantes na defesa das pautas dos municípios. Esse é o momento mais desafiador de todos. Estamos num momento em que nenhuma decisão é positiva, todas são problemáticas, uma crise imensa e temos que nos equilibrar nesse mar de opiniões, que é outro fator que também difere esse momento de outros. As atividades da FAMURS, na sua história, normalmente são quase unânimes dentre os prefeitos e prefeitas: busca de mais recursos, novos projetos, realização de encontros para ampliar o conhecimento, debates com a Assembleia e Tribunal de Contas. São pautas que unificam. Com a pandemia, todas as pautas nos dividem. E não é só na FAMURS, é em qualquer lugar da sociedade. Nos partidos políticos, no clube, na escola, na nossa casa, as opiniões são diferentes sobre como proceder nessa crise. Por isso, o desafio da FAMURS é maior ainda, para conseguir equilibrar entre 497 homens e mulheres que têm opiniões diferentes, partidos políticos diferentes, realidades diferentes nas suas cidades. É preciso encontrar um meio termo que consiga contemplar isso tudo. Quando temos uma decisão que não é um consenso, mas que contempla a maioria, é a melhor decisão.
A FAMURS tem outras atuações fundamentais: uma área técnica de educação, saúde, assistência social, tributos, que auxiliam os municípios, dão consultoria, participam. Tem uma escola de gestão pública que trabalha com milhares de servidores dos municípios, todos os meses. É um papel importante da entidade na qualificação do servidor público do estado.
Se você está começando a entender um pouco de política, a escola de gestão pública da FAMURS é um modelo, uma referência. Muitas vezes um gestor público, um vereador, um prefeito, um assessor, precisam se desenvolver. E o desenvolvimento técnico pessoal dessa pessoa reflete na qualidade do serviço público. A FAMURS também tem essa responsabilidade com esse gestor, com essa pessoa que está ali representando o serviço público. A entidade tem uma preocupação, e que deve ser uma preocupação de todos nós, com a sequência das administrações. Por mais que troquem prefeitos e prefeitas, que troquem secretários, há um corpo de servidores do município que são concursados e que devem se qualificar e se atualizar sempre. Neste ano temos eleições municipais e no final do ano haverá a troca dos administradores. A FAMURS tem a função de ajudar nesse início de governo, facilitar, colocar as experiências a disposição dos novos prefeitos e prefeitas para que eles possam ter o trabalho no seu município cada vez melhor.
Além disso, a FAMURS está promovendo um ciclo de grandes debates para discutir os desafios da gestão pública pós-pandemia. Serão 5 grandes debates. Um deles foi no dia 31/08/2020, com 3 grandes personalidades do país: o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o Ministro Gilmar Mendes e o ex-Ministro da Justiça, ex-Ministro da Educação e ex-Ministro do RS, e ex-Governador Tarso Genro. Visões diferentes para dialogar com a FAMURS, algo inovador e com a pretensão de levantar temas importantes para o futuro do país.
Como exemplo de atuação da FAMURS, temos o retorno da volta às aulas, que está sendo desenvolvido pelo governo do estado. A FAMURS é a entidade que está centralizando essa tratativa, porque ela integra essas 27 associações. Através dela nós temos um diálogo único com o governo do estado e governo federal. As associações dialogam na base, depois a direção da associação traz a opinião para a FAMURS, que tenta equacionar os diversos pontos de vista de forma que contemplem a maioria.
Falando sobre as eleições, a FAMURS foi contra realizar eleição este ano. O tempo é curto e com inúmeras restrições, além de ser incongruente quando pensamos que há ainda tantos serviços parados. De qualquer forma essa foi a definição do Congresso e cabe a FAMURS cumprir e tentar fazer a melhor eleição possível. Ainda não foi delimitado o que será permitido nas propagandas. São muitas dúvidas, inclusive dos partidos políticos. Teoricamente, se presume que não haverá comícios e caminhadas, já que geram aglomeração. Tudo indica que será uma campanha “mais calma”, mais individual, através das redes sociais. No entanto, sabemos que a rede social não é suficiente. Como fazer a ideia dos candidatos chegar nas pessoas? Como as pessoas irão se informar para construir a sua opinião e escolher o melhor projeto para a cidade? Todas essas dúvidas ainda permanecem. O interesse das pessoas também está menor. Já não é o ideal num momento normal e agora está menor. Isso vai exigir dos candidatos mais capacidade de chamar a atenção. Nesse caso, fica a sugestão para ficarmos atentos, pois o clima propício para aparecer os “salvadores da pátria”. Aquele que, no meio do caos, vem com solução para tudo. E sabemos que não existe solução mágica para as coisas. A solução mágica, junto com as fake news, serão nosso ponto de atenção. É um momento de muita responsabilidade. Os próximos prefeitos e prefeitas, vereadores, irão nos guiar nas nossas cidades pós-pandemia. Eles é que vão ajudar a cidade a crescer e voltar a se desenvolver. Precisa ser um bom prefeito, comprometido com a cidade e que tenha um projeto para isso. É hora de observar, ouvir, perguntar, para assim escolher os melhores projetos para as nossas cidades.
É no desafio que as pessoas encontram soluções inovadoras. Estamos tendo a oportunidade de viver essa experiência e tirar lições que vão fazer a nossa sociedade melhorar como um todo.
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